domingo, 27 de março de 2011

Escher


Hoje, dia 27 de março de 2011, termina a exposição "O mundo mágico de Escher", no Centro Cultural Banco do Brasil. A exposição reúne cerca de 95 obras deste mestre da ilusão de ótica, além de atividades interativas.





Mauritus Cornelis Escher nasceu em 1898 na cidade de Leeuwarden, na Holanda,  e faleceu em 1970. Dedicou toda a sua vida às artes gráficas. Na sua juventude não foi um aluno brilhante, nem sequer manifestava grande interesse pelos estudos, mas os seus pais conseguiram convencê-lo a ingressar na Escola de Arquitetura e Artes Decorativas, em Haarlem. Foi lá que conheceu o seu mestre e sua maior influência: o professor e artista gráfico Samuel Jesserum de Mesquita.
Especialista em xilogravuras (feitas mediante o corte do desenho num bloco de madeira) e litografias (desenhos feitos sobre uma pedra plana especialmente tratada) - que tendem a representar construções impossíveis, explorar o infinito e padrões geométricos entrecruzados que passam por metamorfose -, ficou conhecido por sua grande capacidade de gerar imagens com impressionantes efeitos de ilusão de ótica. Ele era um gênio da imaginação lúdica, usando a matemática geométrica como a chave para muitos dos seus efeitos surpreendentes. A sua arte envolve eternidade, infinitude, encantamento e espanto, e nos confronta com fenômenos estranhos que, por parecerem integrados com firmeza à realidade cotidiana, não se destacam imediatamente. Por ex., em sua obra Belvedere percebe-se um detalhe incongruente: a escada ao centro, embora desenhada segundo as regras da perspectiva e sendo plenamente aceitável como objeto, tem sua base apoiada dentro da casa e sua parte superior, fora dela. Assim sendo, a relação entre as duas pessoas na escada é impossível.


Trabalhando com conceitos clássicos da arte pictórica, como a perspectiva, o moto-perpétuo e o reflexo, Escher combina a eternidade (perspectiva e espaços) com a infinitude (ladrilhamento e tempo).
A natureza sempre desempenhou papel importante em seu trabalho, sendo um dos primeiros temas adotados. A paisagem italiana e a natureza em geral cativou-o por toda vida. No entanto, todas as suas paisagens dão origem a uma questão: será que elas correspondem à realidade?
Em suas obras ele cria seu próprio universo paralelo, combinando objetos incompatíveis, demonstrando como as coisas podem ser vistas de diferentes perspectivas ao mesmo tempo. Ele desvenda o fascinante, nos propondo sempre a mesma questão: “Por que o mundo – ao menos o mundo retratado na arte – não pode ser uma combinação de diferentes realidades?”.
O mundo de Escher é sempre inesperado e extraordinário, querendo chamar atenção para algo que é impossível. Ele encaixa sua arte no País das Maravilhas de Alice, esticando a noção de realidade para todo lado.



            “Nas minhas gravuras eu tento mostrar que vivemos em um mundo belo e ordenado, e não em um caos sem regras... Eu não consigo deixar de brincar com as nossas certezas estabelecidas. Tenho grande prazer, por exemplo, em confundir deliberadamente a segunda e a terceira dimensões, plana e espacial, e ignorar a gravidade.”
                                                                                                                      M. C. Escher

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